Se você pretende seguir o caminho do empreendedorismo em 2020, é melhor se preparar para os próximos capítulos da economia.

Como já sabemos, 2015 e 2016 foram marcados por uma recessão histórica, com 3,5% de queda por dois anos consecutivos, segundo o relatório Crescimento da Economia Brasileira 2018-1023 do BNDES.

Em 2017, a economia conseguiu interromper a retração, elevando o PIB em 1% e recolocando o país nos trilhos do crescimento, mantendo quase o mesmo nível em 2018 (1,1%).

Agora, a promessa da retomada ficou para 2020, com uma previsão de 2,32% de crescimento, segundo o Boletim MacroFiscal da SPE, publicado em novembro de 2019 pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.

Os sinais de recuperação são claros: juros mais baixos da história, diminuição continuada do risco país, queda da inflação, expansão do crédito e retorno da confiança do empresário.

As expectativas para o ambiente de negócios também estão renovadas, graças à conclusão da votação da Nova Previdência (PEC 6/2019) e a aprovação da MP da Liberdade Econômica (convertida na Lei 13.874/2019).

Com o avanço das medidas de ajuste fiscal e aprovação das reformas, abre-se um caminho promissor para o aumento da produtividade e crescimento sustentável nos próximos anos.

Mas temos que manter os pés no chão: a retomada será lenta e gradual, e não podemos esperar grandes “saltos” nos indicadores.

Além disso, é preciso considerar os efeitos do cenário internacional, que reflete suas incertezas econômicas e geopolíticas no país (vide o impacto do Brexit e a guerra comercial dos EUA e China, por exemplo).

Por ora, os empreendedores podem encarar 2020 como uma oportunidade para pegar carona na próxima escalada do crescimento, aproveitando o impulso de um cenário mais favorável.

Expectativas para o ambiente de negócios em 2020

Com o panorama econômico mais claro, precisamos olhar para o ambiente de negócios antes de tirar conclusões sobre o empreendedorismo em 2020.

No relatório do BNDES, por exemplo, o ambiente brasileiro é considerado um “gargalo” estrutural, por conta da extrema burocracia que ainda dificulta a vida do empreendedor e reduzido grau de abertura.

Uma das referências mais utilizadas para avaliar esse quesito é o relatório Doing Business do World Bank Group, que classifica os países de acordo com a regulamentação do ambiente de negócios.

A pontuação é atribuída de acordo com dez critérios, que determinam o quão fácil é:

·         Abrir uma empresa

·         Obter alvarás de construção

·         Efetuar ligação de energia elétrica

·         Registrar propriedades

·         Acessar crédito

·         Proteger investidores

·         Pagar impostos

·         Fazer negócios com outros países

·         Fiscalizar contratos

·         Resolver insolvências.

Na edição de 2020, o Brasil caiu para a 124º posição no ranking geral, entre 190 países — em 2019, estávamos na 109ª posição. Apesar de o resultado parecer desanimador, a nota do país melhorou: de 58,6 na análise anterior para 59,1 nesta edição.

A melhora mais significativa foi no aspecto do registro de propriedades, graças à introdução dos pagamentos online no Rio de Janeiro e São Paulo.

A facilidade para abrir empresas também cresceu 1 ponto percentual, enquanto a resolução de insolvência de empresas avançou 1,9 ponto.

Já o relatório Brazil Digital Report — 1ª Edição, de abril de 2019, realizado pela consultoria McKinsey em parceria com o movimento Brazil at Silicon Valley, traz uma declaração histórica:

“No sentido mais amplo da palavra, o Brasil é um país de empreendedores”.

Segundo os dados apresentados no estudo, 39% dos brasileiros estão à frente do seu próprio negócio, com destaque para o ramo de alimentação, vestuário e serviços em geral.

Além disso, o ecossistema de startups chama a atenção, com mais de 12 mil empresas, 30 mil empregos criados e US$ 1 bilhão de investimentos em 2018, além da conquista dos 8 primeiros unicórnios e 3 IPOs.

 

Ou seja: por mais que a burocracia ainda represente um obstáculo para o empreendedorismo em 2020 no país, a visão de novos negócios parece estar no DNA do brasileiro — e os resultados são notáveis.

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